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Introdução

A manutenção de lagos ornamentais e outros, em primeiro lugar, exige um entendimento sobre os principais aspectos dos mesmos.

Nossa civilização, desde os babilônios e fenícios, sempre usou o elemento água com fins paisagísticos, ritualísticos e terapêuticos.

Surpreendentemente com o crescimento dos centros habitacionais o espaço para a natureza foi cada vez mais esquecido.

Esse esquecimento, a propósito, tem sido corrigido com a inclusão de água em praticamente todo novo projeto paisagístico.

Dessa forma, cada vez mais empresas e pessoas físicas buscam incorporar em seus projetos um lago ornamental.

Da mesma forma espelhos d´água com ou sem vida, piscinas naturais e outros elementos com água são usados.

Feita essa breve introdução para entender a manutenção precisamos repassar pontos verdadeiramente importantes.

A construção dos lagos artificiais

Uma ampla variedade de materiais e acabamentos pode ser empregada para a construção de lagos ornamentais e outros.

Embora a alvenaria ainda sejam utilizados, as lonas de borracha sintética ou PVC, ganharam espaço no setor de construção de lagos.

Sua maleabilidade permite a construção de lagos em qualquer perfil com aspecto verdadeiramente natural.

Sua instalação praticamente define a conclusão da construção estrutural diminuindo muito o tempo de entrega do projeto.

Parâmetros básicos para o projeto de um lago

A primeira variável, embora óbvia, que tem que ser definida é a finalidade do seu tanque:

  • ornamental
  • pesca
  • piscina natural
  • espelho d´água sem vida aquática
  • espelho d´água com vida aquática
  • reservatório

Cada um desses elementos tem uma profundidade ideal, embora não sejam regras rígidas, seguem algumas medidas (coluna d´água):

  • ornamental – 0,60 a 0,80 metros
  • pesca – 1,5 a 3 metros
  • piscina natural – escalonada de 1 a 2 metros (para crianças e adultos)
  • espelho d´água sem vida aquática – 0,05 a 0,015 metros
  • espelho d´água com vida aquática – 0,15 a 0,20 metros
  • reservatório – 3 a 5 metros

Essa definição é importante a fim de projetarmos o sistema de filtragem ideal para facilitar a manutenção de lagos.

As dimensões de largura e comprimento dependem do espaço disponível e embora possam ser minimas a coerência para a utilização final do tanque tem que ser preservada.

Por exemplo, um lago de pesca de 1,5 m x 1,5 m não ira proporcionar o desafio, espaço e consequentemente o lazer desejado.

Um lago ornamental com 2 metros de profundidade não permitirá a exposição das carpas coloridas que tenderão a fincar no fundo.

Em espelhos d´água ou lagos ornamentais cujo acabamento seja algum tipo de revestimento cerâmico pode ser previsto um desnível de 1,5% a 3% do fundo do lago em direção a uma saída de esgoto.

Como os revestimentos sem o uso do cloro tendem a acumular limo ou algas o esgotamento da água ou diminuição de seu nível pode ser um fator de facilitação da manutenção.

Quanto ao acabamento do tanque, pode-se optar por cimento rústico, ladrilhos, azulejos, pastilhas, rochas ou ainda outros acabamentos de acordo com o gosto e integração do paisagismo geral.

A fim de evitar a perda de peixes por salto ou pesca de gatos e cães, as bordas do tanque devem ficar a entre 20 e 30 cm acima da linha d água.

O sistema de filtragem e circulação

O sistema de filtragem e circulação é o coração e o segredo para um lago saudável de acordo com sua necessidade.

Não podemos pensar em manutenção de lagos sem a avaliação e introdução correta de sistemas de filtragem e circulação adequados.

A principio pensemos no sistema de circulação.

O básico para todos os tipos de tanque é que a captação da água a ser filtrada seja feita no ponto mais distante do retorno da água limpa do filtro.

Essa medida simples evita que se crie uma zona de filtragem e uma circulação viciada em apenas parte do lago, forçando a movimentação de toda a água do mesmo.

Assim sendo, independentemente se o lago por oval, redondo ou irregular iremos buscar primeiramente o maior eixo de comprimento possível.

Em uma extremidade imaginaremos a captação da água e na extremidade oposta sua devolução devidamente filtrada.

Se o tanque for muito irregular ou arrendondado podemos dividir o retorno da água em 3 ou 4 saídas de tal forma que as mesmas cubram a maior parte da extremidade de retorno irregular.

Imaginemos sempre que o retorno deverá “empurrar” toda a extremidade de onde saí para a extremidade de captação.

Com o sistema de circulação pensado juntamente com o tamanho do lago podemos, agora, estimar o sistema de filtragem.

MANUTENÇÃO DE LAGOS

Os tanques e lagos, normalmente, se encontram expostos ao tempo ao sol de forma direta sendo submetidos a variações extremadas nas condições físico-químicas da água.

As chuvas, em especial, aquelas que caem nas regiões próximas a grandes metrópoles, e em outras zonas, com altos níveis de poluição atmosférica, alteram, muitas vezes, drasticamente as características da água, provocando um rebaixamento dos níveis do pH e uma proliferação excessiva de algas microscópicas.

Esta proliferação descontrolada causa o “embaçamento” da água e/ou a água verde que prejudica a visualização dos peixes e acaba com o efeito estético do lago.

A chuva também provoca o assentamento das eventuais partículas de poeira em suspensão no ar que acabam se acumulando no fundo lago.

Se o lago estiver instalado em uma área arborizada, gramada e sujeita a ventos o acumulo de galhos, folhas e até da grama aparada podem ocorrer também, prejudicando a qualidade geral da água.

Esse material orgânico externo e os desejos dos peixes são submetidos a uma degradação bacteriana, que concorre para piorar a qualidade da água através de:

  • diminuição das taxas de oxigênio dissolvido na água
  • aumento dos níveis de CO2,
  • aumento dos níves de amônia (NH3OH)
  • redução da transparência da água
  • acumulo de sedimentos lodosos no fundo do tanque
  • fornecimento energético para as micro algas (água verde)

Podemos dividir os sistemas de filtragem em 3 pontos importantes:

  • potência das bombas
  • filtragem mecânica-biológica
  • filtragem UV ou por ozônio

As bombas de água

Quando pensamos em bombas para nossos tanques devemos pensar em ter a quantidade de água total do lago passando pelo sistema de filtragem e circulação pelo menos 3 a 5 vezes ao dia.

Dessa forma, um lago com 10.000 litros de água deve ter bombas individuais ou que somadas circulem 30.000 a 50.000 litros ao dia.

Uma bomba de 5.000 litros/hora, por exemplo, circulará algo como 30.000 a 40.000 litros dia.

A água é um líquido viscoso e pesado, sendo necessária muita energia para elevá-la mesmo que, a pequenas alturas.

E devido ao atrito com as paredes do encanamento, existe uma grande perda de vazão quando a bombeamos a alturas acima de um metro.

Dessa forma devemos manter o sistema de filtragem o mais próximo possível do tanque e mais ao nível da coluna de água do mesmo possível.

Indicamos o uso das bombas submersas modernas por serem muito econômicas em relação às similares de instalação externa.

Por exemplo, existe um modelo com uma vazão inicial máxima (sem carga), equivalente a 11.000 litros/hora, com um consumo de apenas 137 watts.

Compare com qualquer marca de bomba convencional e verifique a diferença.

O torque é a força de giro da bomba, portanto, sua capacidade de elevar a água a uma altura considerável (coluna de água), vencendo a força de atração da gravidade (peso).

A vazão é a quantidade de água bombeada em uma unidade de tempo, geralmente litros (L/H) ou galões por hora (GPH).

Para converter galões em litros basta multiplicar a vazão por 3,785 (no caso da tabela apresentar a vazão em galões americanos) ou por 4,546 (galão inglês ou imperial).

Devido às condições em que devem trabalhar essas bombas, costumam ser usadas com um pré-filtro ou proteção para evitar a sucção acidental de folhas, pedras, ramos ou quaisquer outros objetos que possam danificar suas partes móveis.

A filtragem mecânica-biológica

A dica principal para a filtragem mecânica-biológica é a seguinte:

Se seu tanque tem vida não pode ser adicionado cloro então, NUNCA, DE FORMA ALGUMA, utilize filtros de piscina com areia.

As bactérias irão se proliferar na areia, o que é bom, mas criarão um lodo impermeável que rapidamente forçara a água a passar pelas paredes do filtro e não pela areia filtrante.

Isso causa uma pressurização do filtro desnecessária, força a bomba e não filtra a água que passa a circular sem passar por nenhum filtro mecânico (no caso seria a areia).

Isso posto vamos tentar classificar alguns tipos de filtragem:

  • filtros pressurizados: próprios para lagos e tanques com vida (sem uso de cloro) tem espumas de várias espessuras em seu interior que filtram a água e permitem uma manutenção periódica facilitada. Lagos de até 20.000 litros
  • filtros de grande volume: filtros prontos com cerca de 3m x 2m para lagos a partir de 50.000 litros
  • mini estações de tratamento de água: para lagos com mais de 50.000 litros ou sem espaço para a instalação do filtro anterior
  • aeração: para lagos de pesca
  • zona palustre: filtro de plantas para piscina natural trabalhando em conjunto com uma das opções anteriores.

A função principal do filtro mecânico-biológico é filtrar os sedimentos em suspensão da água do tanque e proporcionar ambiente para a proliferação das bactérias denifricantes responsáveis pela quebra da amônia.

Costumo trabalhar com 1,5 o volume dos tanques em capacidade de filtros, ou seja, um lago com 10.000 litros terá sistema de filtragem estimado de 15.000 litros.

A filtragem UV e/ou ozônio

A filtragem mecânica e biológica não consegue eliminar micro organismos como bactérias (algumas nocivas) e esporos de algas.

O foco principal são os esporos das micro algas que ao se proliferarem sem controle deixam a água verde, mal cheirosa, com aspecto de um pântano e não de um lago ornamental.

A lata proliferação em lagos de pesca causam a diminuição do oxigênio dissolvido e podem causar a morte dos peixes, sem contar o aspecto de água parada que o mesmo fica.

Existem dois recursos infalíveis para o controle e eliminação das algas:

Filtro UV:

Deve ser instalado após o filtro mecânico para receber a água mais livre de impurezas sólidas possível.

A Oficina do Peixe, independentemente da indicação do fabricante, utiliza 36w para cada 5.000 litros de vazão hora nominal da bomba.

Esse cálculo foi desenvolvido através de 15 anos de experiência instalando e cuidando de lagos ornamentais.

Mais importante do que a especificação do fabricante do filtro UV é o panorama geral em que o mesmo será inserido.

A primeira variável importante é a circulação e a potência da bomba responsáveis, primeiramente, pela limpeza geral do tanque.

O filtro UV opera “queimando” tudo que passa por ele e se a água passar muito rápida pelo mesmo não dará tempo para o mesmo agir.

Dessa forma se temos uma bomba de 10.000 litros/hora em um lago de 5.000 litros a indicação seria uma UV de 24 ou no máximo 36 w pelo tamanho do lago.

Mas pela potência da bomba e a regra de ouro da Oficina do Peixe já pensamos em 72 W de UV.

Utilizamos um filtro UV de 55 w com cilindro espelhado internamente que atinge facilmente o efeito desejado.

Um erro muito comum é colocar o filtro UV com uma pequena bomba fora do circuito do filtro principal o que não traz bons resultados pois o mesmo recebe toda a carga de resíduos físicos da água que rapidamente encapsulam o cristal interno, impedindo a ação da luz \UV.

Filtro de ozônio

De modo geral, o ozônio começou a ser utilizado para desinfecção de água em 1886 e em 1891, ou seja, deste o  século XVIII,  e  seu uso foi muito difundido de lá para cá.

A primeira instalação industrial de ozônio foi em 1893, em Oudshoorm, na Holanda, para desinfecção na estação de tratamento de água de abastecimento da cidade.

Com o passar dos anos, o número de estações de tratamento de água utilizando o ozônio aumentou. Em 1914, haviam pelo menos 49 estações na Europa que utilizavam ozônio como desinfetante. Em 1936, esse número cresceu para 100 na França e 140 ao redor do mundo.

Mas seu uso não se resume somente ao tratamento de água, outras áreas também têm interesse no seu uso.

Todo o processo de tratamento de água destina-se a um único objetivo, retirar da água qualquer tipo de contaminação, evitando assim a transmissão de doenças.

Para que isso ocorra, são adicionados à água que bebemos produtos capazes de diminuir esses contaminantes.

Esses produtos são utilizados em estações de tratamento, piscinas e tanques.

Um desses produtos, o ozônio, é utilizado devido a sua ação oxidante no tratamento da água, pois sua ação é mais rápida.

No entanto, devido ao seu baixo custo em relação ao ozônio o cloro é muito mais utilizado.

Infelizmente o cloro tem uma ação prejudicial aos peixes e plantas.

Dessa forma não é possível utilizá-lo em tanques com vida aquática para o controle de algas.

O ozônio sim, pode ser utilizado, com ótimos resultados.

Porque utilizar o ozônio?

Mas, em 1975, descobriu-se que os compostos organoclorados (subprodutos das reações do cloro com matéria orgânica) são cancerígenos.

Consequentemente, o cloro começou a ter sua aplicação cada vez mais limitada.

Isso se deve ao fato de que os organoclorados possuem alto potencial de formação de trihalometanos (THM).

Inicialmente produzidos, geralmente, na fase de pré-oxidação da água bruta com cloro.

De fato isso ocorre antes do processo físico-químico de tratamento de água.

Essa descoberta fez com que o ozônio ressurgisse como uma das principais alternativas na substituição do cloro.

Isso resultou na retomada do desenvolvimento das aplicações de ozônio e principalmente dos sistemas de geração de ozônio.

Um estudo publicado em 2001 por Velano e colaboradores mostra a diferença do ozônio dos demais agentes desinfetantes.

De fato a diferença é a maneira como ocorre a destruição dos micro-organismos.

Ele é capaz de romper a parede celular de bactérias e fungos, inativando esses microrganismos e impedindo que possam causar danos à saúde.

Sendo que o cloro, por exemplo, atua por difusão através da parede celular.

Depois atua no interior da célula em elementos como enzimas, proteínas, DNA e RNA.

Além disso, deixa resíduos prejudiciais aos organismos que ingerirem a água.

Aplicações do Ozônio

Sua aplicabilidade ocorre em diversos segmentos do tratamento de água e em centrais de abastecimento hídrico das cidades, como:

  • Consumo de água em residência e na aquicultura (criação de peixes),
  • Processos de branqueamento;
  • Água mineral (enxague de desinfecção de reatores, tanques, garrafas);
  • Tratamento de lixívia, chorume; efluente de indústria têxtil;
  • Processos de síntese;
  • Branqueamento de matérias primas e produtos, oxidação de gases;
  • Desinfecção de água fresca água de processo e água de resfriamento;
  • Desinfecção, descoloração, desodorização e desintoxicação de efluentes e melhoria da biodegradabilidade;
  • Purificar a água usada na indústria farmacêutica;
  • Dentre outros.

manutenção de lagos com ozônio

O ozônio causa danos à saúde?

A pergunta que fazemos é:

“Como o ozônio presente na troposfera e no ar de ambientes internos causa danos à saúde, por que ele é utilizado como desinfetante na água, alimentos e objetos?”

Isso se deve ao fato de que o ozônio decompõe-se rapidamente na água.

De fato ao romper a parede celular de um fungo ou bactéria, ele irá originar oxigênio .

Embora possa gerar outra substância, dependendo da matéria que ele interagiu antes da reação começar.

Por isso, ele não gera nenhum produto que possa causar dano à saúde quando utilizado para esses propósitos.

Ozônio facilitando a manutenção de lagos

Para lagos de grande volume a utilização da filtragem UV fica, operacional e economicamente, inviável e dai utilizamos o ozônio.

Embora continuaremos a usar filtros UV na saída da água com ozônio para “polir” a mesma dando o aspecto de cristal tão desejado.

Como explicado anteriormente o ozônio, devido a sua ação oxidante, pode ser usado no tratamento da água de lagos com vida.

Sobretudo porque consegue desinfectar em menos tempo de contato com os agentes infectantes e mais rápido do que a ação de outros desinfetantes (no caso de tanques com peixe não existem outros desinfetantes).

O ozônio também oxida micropoluentes orgânicos, sobretudo aqueles que causam sabor e odor, eliminando o cheiro característico de lagos com peixes e plantas.

Como funciona o tratamento de água com ozonizador?

O equipamento capta o ar do ambiente, transporta até o reservatório de água e através da reação química transforma o oxigênio em ozônio.

O gás, por sua vez, tem alto poder germicida e oxidante e ampliamos essa produção com o uso de oxigenador medicinal acoplado ao aparelho gerador de ozônio.

Como o ozônio é facilmente degradado em contato com o ar é necessário a criação de uma câmara de concentração.

Essa câmara pode ser feita com tubos de PVC e o próprio percurso do filtro até o retorno para o lago pode ser utilizado, desde que o mesmo tenha em média o minimo de 9 metros lineares.

Esse percurso faz com que o O³ fique em contato com água do lago o maior tempo possível, auxiliando na desinfecção da mesma.

Produtos químicos na manutenção de lagos

Como filosofia a Oficina do Peixe tem o ideal de criar condições adequadas com o sistema de filtragem para evitar o uso de aditivos químicos.

No entanto os mesmos são necessários para tratamento de lagos que não apresentam um sistema de filtragem e para a sintonia fina das condições de água se o objetivo for a reprodução de peixes.

A qualidade da água é de fundamental importância com o fim de manter peixes saudáveis.

As carpas, muito utilizadas na ornamentação de lagos,  apreciam uma água levemente alcalina, com um valor de pH entre 6.8 e 7.8, podendo suportar as temperaturas compreendidas entre 2º e 45º Célsius.

Dessa forma, vou explicar alguns desses aditivos a seguir:

Condicionadores:

Condicionam  a água de torneira tornando-a adequada para uso nos tanques.

  • Anti cloro: eliminam o Cloro e as Cloraminas, quando existentes, neutralizando os metais pesados
  • Acidulantes: diminuem o PH da água quando essa esta muito alcalina
  • Alcalinizantes: aumentam o PH da água quando essa esta muito ácida

Fertilizantes:

Empregados para suprir as necessidades das plantas, cujo rápido desenvolvimento esgota as parcas reservas contidas na água dos tanques.

Purificadores:

Cepas de bactérias e fungos anaeróbicos e aeróbicos utilizados como auxiliares e aceleradores da filtragem biológica, visando maximizar a degradação da matéria orgânica, reduzindo o volume de poluentes no tanque.

Floculantes ou Floculadores:

Polímeros e aglutinantes que agregam as partículas em suspensão.

Essa aglutinação as torna mais pesadas e portanto vão ao fundo.

Embora esse processo deixe a água mais clara um sistema de filtragem adequado precisa recolher esses detritos.

Muito utilizados em tratamento de choque quando o lago encontra-se tomados por algas e iremos utilizar o algicida, causando grande impacto residual.

Algicidas:

Produtos químicos que matam as algas.

Utilizados para desinfecção preventiva e corretiva de lagos tomados por algas e sem o sistema de filtragem recomendado anteriormente.

Também podem se usados para controle das alga impregnantes (musgo ou pedras verdes) que não alvo do sistema de filtragem e fazem parte da boa biologia do lago.

No entanto, mesmo com a água cristalina, podem dar impressão de esverdeamento em acesso pela reflexão quando em excesso.

Absorventes:

Elementos filtrantes químicos, que retém (absorvem) diversos tipos de compostos de origem orgânica, melhorando a qualidade da água.

Embora sejam usados raramente podem ser ótimos aliados na limpeza de impurezas.

A alimentação dos peixes e a manutenção de lagos

Um fator importante embora negligenciado quando pensamos na qualidade da água de lagos ornamentais é a qualidade da ração.

As rações para peixes ornamentais são especialmente formulados para suprir as necessidades nutricionais destes organismos sem sujar a água.

Tem sua dissolubilidade (tempo que dissolvem na água) mais lenta dando tempo para que os peixes a consumam.

Existem rações de superfície e de fundo sempre com a característica anterior.

Por que isso é importante?

Porque ao se dissolver rapidamente os peixes não a consomem causando uma má nutrição aos mesmos.

Além disso fornecem alimento para as indesejáveis algas, através da sua degradação na água.

Rações para peixes de corte ou lagos de pesca não são indicadas, embora possuam alto teor de proteína e gordura, são facilmente degradadas pela água.

De certo pode ser utilizados em lagos de pesca e engorda que não necessitam de uma manutenção de lagos refinada.

Trocas parciais de água

O sistema de filtragem da Oficina do Peixe elimina a necessidade de esgotamento do lago para limpeza.

Recomendamos uma troca parcial a cada 2 meses de 20% do volume do lago.

Por outro lado em épocas de chuva não existe essa necessidade.

No inverno a evaporação é maior e a troca parcial pode ser feita juntamente com a água para repor o nível original do lago.

A Manutenção de Lagos – procedimentos e dicas

Posteriormente entendemos os principais elementos que compõe um lago e agora podemos falar da manutenção de lagos propriamente dita.

Quando realizamos uma manutenção de lagos preventiva ou corretiva passamos pelos seguintes itens:

1. Qualidade da água

Dividimos essa avaliação em dois passos:

Visual:

Como esta o aspecto geral da água do lago?

Cristalino ou esverdeado?

Se esverdeado é a água ou o reflexo das algas impregnadas nas paredes e no fundo?

Então utilizamos um copo de vidro transparente coletando a água de 3 ou 4 pontos diferentes.

Imediatamente olhamos contra a luz para essa avaliação inicial.

Testes químicos: 

Embora existam inúmeros testes, de forma geral, podemos nos concentrar em:

  • PH: para carpas o PH ideal é uma faixa de 7.0 a 7.4
  • Temperatura: fator importante para reprodução de peixes e controle de algas
  • Fosfato: será decomposto até chegar na amônia, servindo de alimento para a proliferação de algas
  • Amônia: tóxica e nociva aos peixes

2. Circulação

Importante verificar se a circulação está permitindo a distribuição da água de retorno por todo o lago.

Anteriormente já explicamos que a captação deverá ocorrer no ponto oposto e do retorno da água do filtro.

Observamos o fundo do lago e notamos se não existem áreas “mortas” com acumulo de detritos.

O ideal que esse acumulo de sólidos pesado ocorra o mais próximo possível da captação de água.

3. Sistema de filtragem

Supondo, aqui, uma primeira visita iremos avaliar se o sistema instalado é compatível com o tamanho do lago.

Embora pelas análises anteriores já teremos detectado eventuais problemas nesse item

Nos deparando com um lago com problemas e sistema de filtragem adequado uma avaliação dos equipamentos é necessária:

  • As bombas trabalham livres ou estão obstruídas?
  • O filtro mecânico esta limpo ou necessita de uma retro lavagem?
  • As mídias filtrantes, quando for o caso, estão saturadas?
  • As luzes dos filtros UV estão acesas?
  • Os mesmos estão instalados corretamente após o filtro mecânico?
  • Se estão essas lampadas tem até um ano de vida?
  • Se tem, o cristal interno esta limpo?

Resolvendo problemas e facilitando a manutenção de lagos

Água verde

Existem algumas atitudes que permitem melhorar o aspecto do lago sem a necessidade de filtros mais complexos:

  • Aumentar o número de plantas que absorvem os nutrientes que alimentariam as algas em suspensão e proporcionam sombra ao ambiente;
  • Construir pergolados com ou sem plantas, plantar palmeiras ao redor do lago ou usar plantas flutuantes para equilibrar a luminosidade;
  • Adequar a quantidade de peixes ao tamanho do lago;
  • Alimentar de maneira controlada e com ração de qualidade evitando sobras
  • Aumentar as trocas parciais da água para eliminar altos índices de amônia, nitritos, nitratos, etc.;
  • Bordas do lago levemente mais altas que o terreno no entorno para evitar a entrada de grama cortada, folhas, etc.
  • Evitar a queda de folhas com podas dos galhos das árvores próximas